Felipe Matos, 36, atualmente Head de Desenvolvimento de Negócios da In Loco, startup especializada em geolocalização, desenvolvedora de uma plataforma com tecnologias 30 vezes mais ágil que o GPS.
Comecei a programar com 12 anos. Aos 16 desenvolvi o primeiro aplicativo móvel do Brasil e, durante a universidade, fundei uma aceleradora de empresas, o Instituto Inovação. Liderei um fundo do BNDES, o Criatech, para investimento em empresas digitais.
Alguns anos depois, fundei a Startup Farm, uma das maiores aceleradoras da América Latina, e fui diretor do programa Startup Brasil, do Ministério da Ciência e Tecnologia. E outras iniciativas que atuei como investidor-anjo e atividades sociais, como a Dinamo, uma organização que trabalha por melhorar políticas públicas para startups ganharem mais força na América Latina. Reuni todo esse aprendizado e experiência, no livro "10 Mil Startups", número de empresas que tive contato, durante esta trajetória empreendedora de aceleração de negócios e fundos de investimento.
Abaixo compartilho alguns pontos relevantes na hora de cuidar da sua carreira.
Busque o equilíbrio
Estar em outros ambientes, outras empresas, eventos, entre os consumidores e conhecer tendências, é muito rico para quem administra uma empresa. Acredito que a vida do empreendedor precisa ser como um 8, como o símbolo do infinito, sabe? Indo para fora, entendendo o mundo, indo para dentro de casa e tentando digerir essa informação. Construir soluções em cima dessas observações e levando de volta para o mundo lá fora. É um equilíbrio complexo mesmo, sair, ver o que há lá fora, voltar para criar algo que vai novamente para o mundo.
Ninguém está sozinho
Cada vez menos, vemos o esforço individual construir o sucesso. Principalmente no mundo digital, estamos cada dia menos sozinhos e essa visão sistêmica é importante. As empresas que estão no começo só conseguem sobreviver porque conseguem capital de investidores externos, porque conseguem acessar os serviços de computação em nuvem, que antes eram muito caros… Por isso a visão de ecossistema é necessário. Se você entender os diferentes agentes desse mundo, você vai saber como circular para fazer sua empresa dar certo.
Gente é o mais fundamental
Empreender tem tudo a ver com pessoas. No momento que está começando, você não tem produto, não tem capital, ativos ou clientes. É você e seu time. Montar uma equipe complementar, que tenha capacidade de execução é essencial. Não pode ter só gente técnica ou só pessoas de negócios. Pense em quem vai criar, quem vai executar, quem vai vender e quem administra. Aos poucos, traga pessoas que se complementem.
O problema como fator de engajamento
Quem cria um produto ou serviço é igual pai e mãe, fica apaixonado por aquilo, acha que é o mais lindo do mundo. Mas em vez de amar o produto, precisamos nos engajar com o problema identificado. O que o mercado precisa? Temos que validar esse produto o tempo todo com o mercado que vai consumir nossa criação, mesmo que isso mude a ideia inicial.
O sucesso vem antes do investimento
Buscar investimento muitas vezes é uma obsessão, mas temos que pensar em investimento como meio, não como fim. A melhor maneira para conseguir dinheiro de fora, é colocar o sucesso em primeiro lugar. A busca tem que ser pelo crescimento do negócio, ter um bom produto e aí sim chamar a atenção dos investidores. Buscar investimento para fazer alguma coisa não é o caminho. Faça, ponha na rua e, se o seu negócio for bem, vai atrair quem procura startups para investir.
Estes são alguns pontos importantes para refletir sobre como trilhar o sucesso do seu negócio, compartilhe conosco, aqui em baixo, a sua opinião sobre o que sobre o conteúdo.
Empreendedor, mentor, investidor, acelerador, escritor, consultor, ativista e palestrante. Apaixonado por empreendedorismo, tecnologia e educação. Já apoiou mais de 10 mil startups a captarem mais de R$ 1 bilhão em investimentos.